Título: Como O Soldado
Conserta o Gramofone.
Autor(a): Saša Stanišic.
Editora: Record.
Páginas: 332.
Ano de lançamento: 2009.
Onde comprar: Saraiva.
Sinopse: O bósnio Saša Stanišic fugiu da guerra ainda
criança. Com o passar dos anos, na vida nova construída em Alemanha, apagou as
memórias da infância. Para resgatar esse tempo, um passado de guerra, abandono
e destruição ele cria Aleksandar, narrador de seu romance de estréia como o soldado conserta o gramofone. Ficção com notas autobiográficas que prova que as guerras podem
destruir tudo, menos a imaginação.Sucesso absoluto de crítica, o livro ficou
entre os seis finalistas do Prêmio Livro Alemão do Ano (Deutscher Buchpreis) de
2006 — o mais importante da Alemanha — e ganhou diversos prêmios, entre os
quais se destacam o prêmio do público no Concurso Ingeborg Bachmann e, em 2008,
o Adelbert Van Chamisso e o Heimito-von-Doderer. (...)
O enredo se volta para a guerra da Bósnia, um
fato histórico nem tão antigo assim, que aconteceu nos anos 90. O autor, Sacha
Stanichitchi, nasceu em 1978 na cidade de Visigradi (na antiga Iugoslávia, onde
hoje é a Bósnia) e aos 14 anos teve que se mudar para a Alemanha por causa da
guerra.
Com todas as lembranças da sua antiga vida,
Sacha cria Aleksander, o protagonista do livro.
Logo no começo do livro Aleksander nos conta um
pouco sobre sua família, sua casa e também sobre o lugar onde vive. Aleksander
é muito apegado ao avô que é um grande contador de histórias. Vovô Slakvo da
ele um chapéu de mágico e uma varinha de condão, para que a fantasia e a magia
dos contos nunca acabe.
O avô acaba morrendo na frente dele. Enquanto a
avó se desespera, chora, grita, Aleksander pensa que vai conseguir trazer o avô
a vida quando encontrar sua varinha. A primeira decepção acontece quando ele
percebe que o avô não vai voltar.
Algum tempo depois acontece uma série de
conflitos e irregularidades políticas que resultaram na desintegração da
Iugoslávia, que até então era um país comunista e acabou sendo dividido em seis
países. Após essa divisão houve uma disputa por terrar e outros conflitos, onde
os sérvios invadiram várias cidades e criaram a guerra, causando um verdadeiro
cenário de filme de terror. Muitas pessoas foram mortas e abusadas nesse
período, fora a crise econômica que acabou fazendo muitas famílias passarem
fome.
É no meio desse desastre que Aleksander foge
junto com os pais para a Alemanha. Tendo sua infância brutalmente arrancada, o
garoto acaba usando a poesia e a literatura como refúgio. Aleksander recebe uma
caixa com coisas diversas de sua infância e decide escrever um livro usando
suas lembranças. O personagem então acaba escrevendo um livro, dentro do
livro, intitulado “quando tudo era bom” dedicado a memória do avô.
No livro ele cita um sorvete do qual ele gostava
muito. Fala também de uma amizade que ele fez com um italiano, de um campeonato
de pesca que ele participou pouco antes de ter que sair do país, entre outras
coisas. Também cita um pouco sobre uma menina que ele conheceu dentro de um
porão quando ele estava se escondendo com a família, porém ele não sabe mais
para onde essa menina foi e acaba escrevendo cartas a ela, como um amor
platônico.
Na última parte do livro ele volta na sua terra
natal para ver a avó que não quis ir para a Alemanha com o restante dos
familiares, e também para ir ao túmulo do avô. No entanto ele encontra a cidade
totalmente destruída.
Apesar da
guerra ter acontecido na década de 90, ainda é um tema muito atual porque nos
faz pensar em todas as famílias que atualmente são obrigadas a se refugiar,
deixando tudo pra trás para evitar a morte. Essa guerra não foi muito bem
resolvida e até hoje existem conflitos na região onde era Iugoslávia.
Não é um
livro muito fácil de resenhar. A leitura, apesar de simples, é meio confusa,
como os pensamentos de uma criança. Não são como os livros de literatura
clássica. A narrativa é suave e ao mesmo tempo trágica, em algumas vezes o
autor descreve os acontecimentos de uma forma bem singela, mostrando como as
atrocidades da guerra mudam a realidade das pessoas, principalmente das
crianças.
Sasa
consegue mesclar poesia com dor. O protagonista, com a ingenuidade, nos mostra
o dia a dia de um refugiado, que precisa se adaptar a sua nova realidade, sem
perder sua essência.
Eu indico
o livro para quem gosta de narrativa detalhada e calma, porque em alguns
momentos o livro é arrastado mas não chega a ser chato. Acredito que seja a
forma do autor de escrever.
“Como O Soldado Conserta o
Gramofone” foi traduzido para mais de 20 países e ganhou vários prêmios.
Outra curiosidade que e achei muito legal, foi o livro ter sido adaptado para
peça de teatro na cidade de Graz na Áustria.
Foi uma
experiência boa para mim, pois eu só tinha lido “O Menino do Pijama Listrado” até hoje com tema de guerra. Apesar
de ser um tema pesado, vale a pena tanto para quem gosta da história do mundo,
por ser um livro baseado em fatos reais, quanto para quem curte esse lado mais
melancólico da poesia.
Bom, esta
foi a minha resenha. Não esqueça de nos acompanhar no Facebook e nos instagrans
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